O SANGUE DA PÁSCOA

“Porque o SENHOR passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o SENHOR aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir” (Êx 12.23).

Neste dia, comemora-se a Páscoa. Um dia que as famílias se reúnem, trocam guloseimas de chocolate e passam o dia juntos. Mas, há uma verdade mais doce e gloriosa sobre a Páscoa. No texto de Êxodo 12, vemos Deus instituindo a Páscoa no calendário festivo do seu povo. A palavra Páscoa vem da palavra hebraica “pesach”, que significa “passar por cima”, sendo uma referência ao episódio da décima praga narrado em Êxodo quando o anjo da morte “passou por cima” das casas dos israelitas no Egito e não entrou em nenhuma delas para matar os primogênitos (Êx 12.27). Por que isso aconteceu? Porque Deus ordenou ao povo que se imolasse um cordeiro sem defeito e passasse o seu sangue nas ombreiras e na verga da porta para servir de proteção aos filhos dos israelitas. Assim, em todas as portas que o anjo da morte via o sangue do cordeiro, ele passava por cima. Mas, as portas que ele não via o sangue, ele entrava e destruía todos os primogênitos. Por isso, foi ouvido um grande clamor no Egito naquela noite de Páscoa, porque não havia casa que não houvesse morto (Êx 12.30). Deste modo, na Páscoa de Êxodo 12, Deus livra aqueles que tinham o sangue do cordeiro nas portas e derrama sua ira contra aqueles que não tinham. A pergunta é: o sangue deste cordeiro pascal pode nos livrar, nós que não somos israelitas e nem vivemos no ano de 1.500 a.C.? A resposta é dada pelo autor da carta aos Hebreus, dizendo que a lei e os sacrifícios não podem tornar perfeito os ofertantes, porque eram sombras dos bens vindouros (Hb 10.1). Então, qual é a esperança da Páscoa? A esperança é que em outra Páscoa, por volta de 33 ou 37 d.C., o cordeiro perfeito de Deus foi imolado na cruz do calvário. João Batista disse que Jesus é esse cordeiro (Jo 1.29). Paulo, fazendo coro com João, disse que Jesus é o nosso cordeiro pascal que foi sacrificado por nós (1Co 5.7). Logo, a Páscoa e o sangue do cordeiro pascal de Êxodo são sombras de Cristo e sua obra na cruz. O teólogo Vincent Cheung disse o seguinte a respeito disso: “A Páscoa é somente um tipo e sombra da salvação. A realidade é encontrada na morte expiatória de Cristo. Consequentemente, o sangue do cordeiro pascal é sombra e tipo do sangue de Jesus Cristo. O efeito do primeiro é um retrato do efeito do último”. Ou seja, o efeito de proteger os primogênitos da ira de Deus em Êxodo 12 é apenas um retrato da proteção proporcionada aos que creem em Cristo. A verdade mais doce e gloriosa para nossa vida é que o sangue de Cristo é o nosso refúgio contra o anjo destruidor do Senhor. Mas, não devemos lembrar disso somente na Páscoa. Devemos lembrar em todos os dias da nossa vida, para fortalecer o nosso coração, aumentar nossa fé e ter uma vida piedosa diante de Deus. Que Deus nos lembre do precioso sangue da Páscoa hoje e sempre.

Rev. William Steigenberger de Souza.